quinta-feira, julho 20, 2006

A Conquista do Futuro!

As estradas que conquistam o futuro…

… de nós dependem

O Presidente da República e o Primeiro Ministro vão passar a assinar os documentos oficiais, inclusive em procedimentos legislativos, com assinatura digital. A certificação das assinaturas é garantida pelo centro de gestão da rede informática do governo (CEJER).

Para dirigir o CEJER, foi empossado um ribatejano do Cartaxo. Com efeito Alexandre Caldas será o seu novo Director-Geral. Conhecendo o percurso académico e profissional deste jovem, a sua mais valia técnica e prospectiva, a sua inteligência emocional e dinâmica, não tenho dúvida em afirmar: excelente escolha! Parabéns Alexandre.

Portugal é um dos países europeus com maior analfabetismo informático, apesar dos reais esforços e vitórias dos últimos dez anos. Há dez anos, 64% dos portugueses não tinham conhecimentos básicos de informática. Hoje, um dos estudos do Eurostat revela que aqueles valores baixaram para 54%. No entanto, o pior dos indicadores referencia dados muito preocupantes – 53% dos portugueses nunca usaram o computador na sua vida e 72% não acedem regularmente à Internet.

Na Europa dos vinte e cinco e entre os países que têm menos conhecimentos básicos na utilização das novas tecnologias há quatro países mais atrasados do que nós. No indicador para alto nível de conhecimentos informáticos Portugal tem hoje dez países à sua frente pontuando com 21%, muito perto da média europeia que é 22%.

O número de clientes para acesso à Internet continua a crescer a ritmos maiores do que na Europa - cerca de 20 mil novos clientes por mês. Este semestre a taxa de penetração da banda larga foi de mais 4%, que em período homólogo do ano anterior.

Parece haver alguma contradição nestes indicadores. Em meu entender os bons desempenhos referidos, resultam de um verdadeiro esforço de formação em novas técnicas de abordagem, feito desde 95, que promoveu a recuperação do atraso por parte da população mais jovem e de alguns dos activos médios.

Ainda bem, mas o esforço tem de ser continuado. É obrigatório não abrandar nem um minuto!

Estão a decorrer no país projectos de digitalização que envolvem redes integradas de cooperação territorial que vão permitir a curto prazo a existência de uma “sociedade on line”, participada e partilhada permanentemente.

A sociedade do conhecimento tem um efeito muito especial na criação de valores empresariais. É sem dúvida através da inovação que se chegará a uma forma diferente de coesão social, em particular no que entendo ser a equidade e a justiça social. Um destes exemplos é a possibilidade que as empresas já hoje possuem de facturar e pagar, através de métodos digitais acreditados.

Os projectos de coesão territorial que têm como base as Cidades e as Regiões Digitais, vão fazer a diferença na identidade de cada uma das regiões, na informação que permitirá consolidar sectores de competitividade, na qualificação e recuperação social de segmentos da população mais carenciados.

Algumas Câmaras Municipais tem promovido a sua imagem digital e têm disponibilizado serviços importantes aos cidadãos através de tecnologia digital, aproveitando o Programa Operacional para a Sociedade de Informação (POSI), passando os munícipes a dispor de mais serviços em rede e a motivarem-se para a utilização destas capacidades digitais.

Através do acesso digital os cidadãos podem acompanhar mais de perto as notícias do seu concelho, consultar e utilizar dados estatísticos e turísticos e estabelecer uma relação como munícipes mais próxima do seu ambiente residencial.

Na nossa região temos três andamentos diferentes:
A Lezíria que, tendo avançado de forma decidida apresenta hoje um projecto digital que é considerado dos melhores do país na relação digital com os cidadãos que habitam na Comunidade Urbana;
O Oeste aonde alguns municípios têm uma atitude pró activa muito expressiva e outros nem tanto, registando-se alguma descoordenação regional.
O Médio Tejo muito tímido nesta visão de futuro revela descoordenação de objectivos por parte da Comunidade Urbana, com alguma passividade de quem a comanda. Alguns municípios promovem já actividades formativas e instalações de redes digitais, com algum significado. A região não possui ainda uma estratégia para esta abordagem de modernidade.

É o momento de acordar. Já estamos com mais de seis anos de atraso. O século do conhecimento, da informação e das comunicações, já começou.

Projectar o futuro é sem dúvida um acto de inovação. Por isso, considero que as redes digitais de informação e de qualificação, podem ser estradas que nos permitirão a conquista desse futuro.

Nelson Baltazar
Deputado do PS eleito pelo Circulo de Santarém

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